Prefeitos
de Mogi e Guararema
21 de outubro de 2012
www.guardamunicipaldemogi.com
Incríveis os números eleitorais nos municípios de Mogi das
Cruzes e Guararema. No menor, a hegemonia do grupo liderado pela ex-prefeita é
incontestável, mas já em Mogi, onde a disputa foi vazia, de forma
surpreendente, dá também o que pensar.
Como um município de tal expressão só
tem de verdade um único candidato a prefeito?
As forças políticas locais estavam todas de um só lado. Os
pequenos partidos buscaram marcar território, mesmo o PT local, que nunca foi
grande, não reflete na Cidade a expressão estadual e nacional que possui.
Não gosto dessa situação. É muito ruim para a democracia
representativa essa falta de disputa. Meu amigo Barradas bem definiu a questão:
A ausência de debate mais acirrado é péssima, pela falta de comprometimento com
projetos; e digo mais, a alternância no poder é salutar, o controle que uma
oposição forte e consciente promove é indispensável.
Fica o risco de acertos e
conchavos em benefício de poucos, as lideranças podem se acomodar, e quem perde
somos todos nós.
Mas não é de hoje que Mogi (e pelo visto Guararema) é comandada
por poucas famílias: o poder econômico se confunde com o poder político, e é em
razão dessas forças conservadoras que a disputa inexiste, ou é muito desigual.
Converso com as pessoas, todos dizem saber do problema, mas a falta de grupos
ou lideranças alternativas se mantém.
É certo que no caso específico desses dois municípios as administrações
foram aprovadas, não se mostram paralisadas e não há notícias de acordos
espúrios.
Não ouço comentários objetivos contra os prefeitos, mas será real
esse estado de bonança, ou é justamente a falta de oposição que está impedindo
a melhor fiscalização.
Toda unanimidade é burra, assim como a democracia é o
melhor regime, de forma que devemos ficar atentos, buscando abrir olhos e
mentes.
Antonio Carlos Ribeiro dos Santos é desembargador do Tribunal de
Justiça
Fonte:
O Diário de Mogi
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